Embora tenhamos avançado, ainda há um longo caminho a percorrer para a equidade de gênero dentro das organizações
A frase “Elas podem” nunca fez tanto sentido em tempos em que se discute a importância da ocupação da liderança feminina nos cargos mais estratégicos das organizações. Na área econômica, estudos já comprovaram que mulheres em cargos de CFOs geram mais lucratividade, e impactam positivamente no aumento de receitas e no retorno das ações. Um estudo da S&P Global mostrou que, nos 24 meses após a nomeação para o cargo, CFOs mulheres registaram um aumento de 6% na rentabilidade e retornos de ações 8% maiores.
Já uma pesquisa da Crist Kolder Associates mostrou que em 2021 ocorreu um recorde histórico, com um aumento de 15% de mulheres ocupando cargos de CFO. Embora tenhamos um avanço estatístico significativo, ainda há um longo caminho a percorrer.
Para Carol Novaes, líder de finanças das Operações da Amazon Brasil, as mulheres em cargos de liderança precisam ser empoderadas para ocupar cada vez mais espaços no alto escalão: “Hoje, temos referência de mulheres na liderança financeira, mas quando comecei minha carreira há 25 anos não tínhamos conexão com essas mulheres. Na Amazon, trabalhamos com intencionalidade para promover a equidade de gênero na liderança” pontua.
No Brasil, a área de finanças da Amazon conta com 53% de mulheres. Nas posições de liderança não é diferente, a companhia conta nove mulheres entre 13 líderes do setor, o que representa aproximadamente 70% do total. Entre os cargos mais altos de finanças da companhia no Brasil, todos são ocupados por mulheres. “É um movimento natural que irá existir do empoderamento das mulheres cada vez mais como CFOs” contextualiza Carol Novaes.
Embora estejamos presenciando um movimento promissor de mulheres nas lideranças de áreas financeiras, o que se espera para um futuro próximo que esse movimento tenha um efeito multiplicador: uma mulher estar em posição de liderança estimula a abertura de espaços e perspectivas para outras mulheres. Ainda que dados do Female Founders Report mostrem que apenas 5 % das startups são fundadas ou lideradas por mulheres, evidenciando o quanto o empreendedorismo de inovação ainda é um ambiente restrito a presenças femininas, os esforços coletivos empresariais são peça-chave para uma mudança dessa realidade.
Em tempos em que se estimula o pensamento crítico para questões tão necessárias como essa, a frase de Jenny Johnson, da Franklin Templeton Investimentos publicada para um artigo na McKinsey é a mais pura verdade para esse cenário: “Qualquer pessoa que não pense em como atrair mais mulheres não conseguirá competir, porque estará apenas eliminando metade do talento do seu conjunto de oportunidades”.
Os desafios das CFOs
Em organizações menores que não criam um ambiente que proporcionem um estímulo a liderança feminina, as mulheres enfrentam mais dificuldade para subir em cargos estratégicos. A igualdade de gênero é constatada principalmente em organizações avançadas e competitivas, onde são fomentadas um conjunto de ações estratégicas, que não somente promovam por promover lideranças, mas que estimulem um ambiente seguro onde mulheres possam se desenvolver em todas as suas fases.
Assim como em outros cargos, a liderança feminina de CFOs enfrentam diversos desafios, para Carol Novaes é preciso saber impor limites e, para equilibrar todos os pilares, é preciso saber como conciliá-los: “Há um tempo, eu aprendi uma palavra: harmonizar. Não temos que equilibrar vida pessoal, social e profissional e, sim harmonizar, pois quando você equilibra, um vai para cima e outro para baixo. Para estar em posições de liderança, é fundamental ter uma rede de apoio, saber lidar com a culpa no âmbito familiar, saber colocar limites e ir em busca de empresas que consigam fazer esse “match” com você”, revela.
Financeiro e o impacto no CX
Para a empresa se manter competitiva, é essencial que adote um planejamento financeiro, incluindo a análise de um bom fluxo de caixa. Empresas saudáveis financeiramente conseguem captar maiores oportunidades no mercado.
A Consumidor Moderno perguntou para Carol Novaes como um planejamento financeiro e um bom caixa impactam na experiência do consumidor. Para a executiva, o planejamento financeiro é a engrenagem de todas as áreas: “Sem um bom planejamento financeiro, você não consegue ter o produto no momento e lugar disponível para proporcionar uma boa experiência ao consumidor. Ele juntas todas as áreas e faz todas essas engrenagens se juntarem para entregar o melhor ao consumidor. Porque se algo se quebra no caminho você não consegue entregar uma boa experiência no consumidor” finaliza.
Fonte: Consumidor Moderno
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